Quarta-feira, 10 de Março de 2010

Helton foi grande mas não chegou

O Porto despediu-se (da pior maneira) ontem da Liga dos Campeões 09/10, depois de ter sido goleado em Londres diante do Arsenal, por expressivos 5-0 em jogo da segunda mão dos oitavos-de-final da prova. Helton, foi o melhor portista em campo, e com uma mão cheia de grandes defesas, principalmente na primeira parte, evitou que a humilhação tivesse sido ainda maior. O Porto não sofria cinco golos num só jogo das competições europeias desde da temporada 88/89. Nessa época, a proeza foi alcançada pela formação holandesa do PSV, em jogo da Taças dos Campeões Europeus.

 

Sempre que os azuis-e-brancos jogam em Inglaterra, deparam-se com uma espécie de " maldição ". Mais um jogo, sem que estes conseguissem sair do país de sua majestade com um triunfo na bagagem. Nas últimas épocas o campeão nacional defrontou o Arsenal no " Emirates " por três vezes, e o balanço é claramente negativo. Nas partidas anteriores que o Porto de Jesualdo Ferreira e os seus pupilos efectuaram em Londres frente aos " gunners ", somaram três derrotas, encaixaram 11 golos e ficaram em branco. Na época passada a derrota foi de quatro. Ontem ainda houve tempo para mais um. Golos de Bendtner (hat-trick), Nasri (o melhor golo da noite) e Eboué.

 

Uma das grandes surpresas da noite, além do desfecho final da eliminatória, foi a inclusão do defesa central Nuno André Coelho como titular, jogando como número seis. Posto que costuma ser ocupado por Fernando, ou então pelo argentino Tomás Costa. Todos esperavam que fosse o último, ou então o colombiano Guarín. O professor apostou no factor surpresa e não foi feliz. Nuno André Coelho ainda não tinha jogado na Champions este temporada e o lugar de trinco era uma nova experiência para si. Sem ritmo de jogo, rotinas, e conhecimento do lugar, o desempenho acabou por não ser o esperado, e a equipa sentiu isso na pele. No segundo tempo Jesualdo retirou o central de origem, e fez recuar Raul Meireles para a posição mais recuada do meio campo azul-e-branco. O resultado foi claramente superior.

 

O Arsenal como era suposto, entrou forte (muito), pressionante e à procura do golo que lhe colocasse na frente do marcador e da eliminatória. E pelo que se ia vendo dos primeiros minutos de jogo, a vantagem dos ingleses era coisa de minutos. Tudo indicava que o ou os golos vinham a caminho. A pressão era cada vez maior, o caudal de jogo ofensivo começava a ser asfixiante. O Porto sentia cada vez mais dificuldades para suster o vendaval de futebol atacante do Arsenal e ia recuando, recuando ... Nos primeiros 15/20 minutos, o jogo foi quase sempre disputado em 40/50 metros. Só se jogava no meio campo portista. A tendência de Nuno André Coelho foi sempre a mesma, encostar nos centrais ao invés de ocupar aquele espaço à frente da defesa. E ai começava o primeiro grande problema da equipa.

 

A resistência da equipa portuguesa demorou apenas dez minutos. Bendtner aproveitou da melhor maneira um choque entre Fucile e Helton, para apontar o primeiro da noite. O Porto não reagia, e só dava Arsenal. Fucile ia sendo um dos piores em campo. Helton, era claramente o oposto. Foi ele quem impediu que a eliminatória se tivesse resolvido na primeira metade. Quinze minutos depois do primeiro, os ingleses aumentavam para 2-0, mais uma vez por bendtner. Arshavin pelo lado direito, a fazer gato e sapato do defesa uruguaio e a assistir o gigante dinamarquês, que curiosamente, vinha sendo bastante criticado nos últimos dias pela imprensa britânica. Ia renascer e fazer as pazes com o golo frente ao Porto.

 

Mais golos só nos segundos 45 minutos. O Porto até entrou bem no segundo período do encontro. A entrada de Rodriguez e o recuo de Raul Meireles pareciam estar a surtir algum efeito. Isto durante cerca de 15 minutos. O Arsenal votou à carga e colocou um ponto final no jogo e na eliminatória. O momento (minuto 63) alto da noite teve como protagonista um dos vários franceses do Arsenal. A classe e o talento de Nasri vieram ao de cima e este marcou o terceiro golo de forma magistral. Dentro da área portista livrou-se de três defesas e rematou com êxito. A bola ainda bateu no poste, mas acabou por entrar. Jogada individual do médio francês irrepreensível. Para ver e rever. Também é preciso dizer que houve muita passividade da defensiva portista.

 

Três minutos depois o jogo ganhava contornos de goleada. Contra-ataque mortífero de Arshavin pelo lado esquerdo, concluído pelo costa-marfinense Eboué, que só teve de contornar Helton e atirar para a baliza deserta. Mais uma jogada explosiva do atacante russo, que galgou metros e construiu praticamente sozinho o quarto golo. Bendtner fechava o marcador aos 90 minutos, ao converter uma grande penalidade cometida por Fucile. Completando assim o hat-trick no jogo.

 

Alguns nomes que merecem ser destacados. Song, Diaby, Arsahvin e Bendtner. No lado do Arsenal. Os dois primeiros formaram e formam uma dupla no meio campo de respeito. Defendem, atacam, são incansáveis. Fazem lembrar a dupla : Petit - Vieira da década de 90. Arshavin foi uma quebra-cabeças para Fucile. Ganhou quase sempre os duelos de um para um. Foi um dos grandes desequilibradores. O último fez o que lhe competia que era marcar. Quando se tem por perto jogadores de classe indicutivel torna-se mais fácil.

 

Helton, Fucile, Nuno André Coelho, Hulk e Falcao. O primeiro fez o que lhe competia. E fez bem. Fucile e Nuno André não cumpriram, se bem que o lateral jogou os 90 minutos e foi provevelmente o pior em campo. Hulk continua a passar ao lado da temporada. Falcao fez o que lhe era permitido. Fora da Champions e a 11 pontos do líder Benfica, resta ao Porto tentar vencer a final da Taça da Liga e apostar forte na Taça de Portugal. O mais certo é o professor deixar o Dragão no final da temporada.

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publicado por andre--- às 17:33
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