ALEMANHA - URUGUAI
O jogo foi decidido em apenas 90 minutos (os alemães foram mais eficazes e venceram por 3-2), mas esteve muito perto do tempo extra. Teria sido justo, o Uruguai merecia pelo menos mais meia hora de jogo. No último lance do encontro, Diego Forlán (eleito o Bola de Ouro da competição), num lance de bola parada, atirou à barra da baliza germânica.
Foi desta forma que o melhor jogador do torneio e um dos " outsiders ", se despediram do Campeonato do Mundo. Os alemães, tal como há quatro anos atrás, ficaram com o último lugar do pódio. O jogo ganhou mais interesse na segunda metade. Período do desafio, em que os sul americanos chegaram a estar em vantagem, graças a uma bela finalização de Forlán.
Muslera falhou no lance que deu a igualdade, e aos 82, uma das grandes figuras deste Mundial, Khedira, restabeleceu o resultado final. Muller e Cavani marcaram os únicos golos da primeira parte. No cômputo geral, penso que o terceiro lugar dos alemães foi merecido. O Uruguai está de parabéns, pela sua prestação assinalável. A última selecção a qualificar-se para o evento na zona sul americana (teve de esperar pelo prolongamento), foi também aquela que chegou mais longe. É um facto curioso. Os alemães começaram bem a prova. Deixaram no ar a ideia de poderem ser uma das favoritas, mas não estiveram à altura da campeã da europa e do mundo, a Espanha.
ALEMANHA - ESPANHA
E não é que o tal polvo voltou a acertar no resultado !!! Quem diria que os alemães iam sofrer um golo de cabeça apontado por um dos jogadores mais baixos da " La Furia Roja ". Puyol, ele mesmo, no alto do seu 1,78 m, saltou mais alto que todos os alemães na sequência de um pontapé de canto e bateu Manuel Neuer. Jogava-se o minuto 73. A Espanha dava o passo mais importante para obter a sua primeira final. Os espanhóis, apontados por muitos como uma das grandes candidatas, provavam dentro de campo, que os críticos tinham razão.
A vitória diante da Alemanha não merece qualquer discussão. Do primeiro ao último minuto, foi sempre a melhor equipa. Como é habitual, colocou desde o início em prática todo aquele futebol elaborado. Posse e circulação de bola são o princípio de jogo fundamental da equipa. Dominou, controlou, atacou sempre mais e melhor, e foi premiada com o triunfo. A Alemanha não foi diferente do que tinha sido nos jogos anteriores. Ficou na expectativa, procurou sempre explorar o adiantamento do adversário, o erro.
O grande problema da Alemanha foi que a equipa espanhola cometeu pouquíssimos erros (ao contrário de Inglaterra ou Argentina, ou melhor, Maradona). Fez uma exibição a nível defensivo e táctico de enorme qualidade. Esta Alemanha nunca me impressionou, não lhe vou retirar o mérito (porque o tem), mas foi sempre uma selecção matreira, expectante, de contra-ataque. Nunca apresentou um futebol que se pudesse equiparar ao das finalistas. As melhores selecções do torneio estão na final. Fez-se justiça. Os alemães não mereciam. A Espanha actual ficará para sempre na história do desporto rei, ganhando ou perdendo, será para sempre recordada, como uma equipa que praticava um futebol extraordinariamente belo e vistoso. O Brasil de 82 não passou da segunda fase, mas não foi por isso que deixou de ser relembrado. Caso a Espanha não (que vença) vença, o exemplo será o mesmo.
HOLANDA - URUGUAI
Frente-a-frente, na primeira meia-final, o futebol total, o futebol mecânico, o futebol apoiado da Holanda, frente ao rigor táctico e defensivo do Uruguai. Venceu (3-1) o futebol mais vistoso. A Holanda foi quase sempre superior, mas só à passagem dos 73 minutos é que colocou um ponto final no desafio, quando Robben, de cabeça, nada habitual, fez o terceiro dos holandeses. A formação sul americana ainda reduziu por parte de Maxi Pereira, sobre o minuto 90 e, nos minutos finais, os holandeses tremeram um pouco com a pressão uruguaia.
Sem Suárez, castigado, Cavani bem vigiado, e Forlán (que ainda marcou um golo) a pegar no jogo da equipa, o ataque da equipa de Tabarez poucas vezes incomodou com verdadeiro perigo a baliza holandesa. A Holanda chega a uma final pela terceira vez (derrotas em 74 e 78). Há quem diga que à terceira é de vez. É esperar até domingo para ver. O último obstáculo chama-se Espanha. Uma certeza, o vencedor será inédito. A Holanda perdeu as finais que disputou.
Enquanto que a Espanha irá disputar a sua primeira final. No domingo uma destas duas selecções vai suceder à Itália. Teremos então o oitavo campeão do mundo. Uruguai ; Itália ; Alemanha ; Brasil ; Inglaterra ; Argentina ; França e ? Será também a primeira vez, que uma selecção europeia conquista o torneio fora do continente europeu. Deverá ter sido uma das piores decisões do Real Madrid, se não a pior, dispensar dois jogadores como : Robben e Sneijder (sério candidato a melhor jogador da competição). São só dois dos melhores jogadores da actualidade. Que jeito dariam a Mourinho (que os conhece tão bem).
ALEMANHA - ARGENTINA
Se ainda restavam dúvidas quanto ao verdadeiro potencial de Diego Armando Maradona como treinador, ficaram totalmente desfeitas antes, durante, e claro, depois de um dos jogos mais aguardados dos oitavos-de-final do Campeonato do Mundo : o Alemanha - Argentina. O resultado tão desnivelado (4-0) foi surpreendente, mas da forma que a " Albiceleste " jogava, com demasiados atacantes e poucos médios, o mais evidente era que os alemães saíssem vencedores daquele confronto.
Na minha opinião, aquela derrota foi de Maradona. Hoje em dia é praticamente impossível vencer um jogo com apenas um médio em campo. Foi uma loucura absoluta colocar em campo apenas e só Mascherano. Quando por exemplo os germânicos colocavam unidades na linha média : Khedira, Bastian e Ozil. Veron devia ter entrado de início. Se o tempo recuasse, Maradona nem pensaria duas vezes. Aquele onze inicial foi uma asneirada tremenda.
Eu andei desde do início da competição, a dizer que a Argentina não podia jogar daquela forma. Poder, podia, mas não devia. No primeiro jogo (Nigéria), a selecção das " Pampas " também foi bastante ofensiva, mas pelo menos colocou duas pedras no meio : Mascherano/Veron. Nos últimos quatro jogos Diego decidiu desfazer a dupla. Frente a selecções do mesmo nível, as diferenças são sempre mais evidentes. Como foi o caso diante dos alemães. O que só demonstrou o que já se imaginava : como treinador, Maradona ainda não está preparado.
ESPANHA - PARAGUAI
A " Furia Roja " fez história diante do Paraguai. Pela primeira vez, os espanhóis atingiram as meias-finais de um Mundial de futebol. Para trás, ficou o trauma dos " quartos-de-final ". Um golo solitário de um dos novos reforços do Barça (David Villa), foi suficiente para a equipa liderada por Vicente Del Bosque seguir em frente. Villa isolou-se na lista dos marcadores com cinco golos em outros tantos jogos. O jogo ficou ainda marcado pelo golo mal anulado ao Paraguai ainda no primeiro tempo, e pelas duas grandes penalidades que não foram convertidas em golo (ambas na segunda parte).
Como em muitos outros jogos, a história deste Espanha - Paraguai podia ter sido diferente. Oscar Cardozo, que no jogo anterior, tinha cobrado a grande penalidade decisiva, que colocou o Paraguai nos quartos-de-final, não foi tão eficaz diante a Espanha, permitindo a Casillas a defesa. O próprio Cardozo tinha sofrido a falta dentro da área que originou a penalidade. Na jogada seguinte, foi a Espanha a conquistar um penalty. Na primeira tentativa Xabi Alonso fez golo. O árbitro entendeu que antes do remate entraram jogadores dentro da área, e mandou repetir.
Na segunda tentativa o jogador do Real Madrid desperdiçou, tal como Cardozo, permitiu a defesa a Villar (joga em Espanha). A sete minutos dos 90, Villa (Maravilha) decidiu. A bola embateu por três vezes nos postes antes de entrar. Primeiro foi Pedro que rematou ao poste esquerdo. Na recarga Villa tentou tanto colocar a bola sobre o lado direito que esta esbarrou de novo no poste, acabando por bater de novo no outro, até que acabou mesmo por entrar. Confesso que gostava de ver uma final : Espanha - Holanda. Gostava de ver uma selecção que ainda não tivesse ganho um campeonato do Mundo a sair vitoriosa. No entanto, confesso que se tivesse de escolher entre a Espanha ou a Holanda, escolheria a Espanha. Futebol de encher o olho.
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